Haddad diz que economia brasileira deverá crescer acima de 2,5% nos 4 anos do governo Lula
Ministro da Fazenda foi palestrante na 3ª edição do J. Safra Brazil Conference 2024, evento realizado em São Paulo. Fernando Haddad ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (25) que a economia brasileira deve sustentar um crescimento acima de 2,5% durante os quatro anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro participou da J. Safra Brazil Conference 2024, evento realizado em São Paulo. "Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial. Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de 2,5% nos quatro anos do mandato [do presidente Lula]", afirmou o ministro. Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 2,9%, beneficiado por uma supersafra de grãos, que levou a agropecuária a uma alta recorde. O mais recente boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne as estimativas de economistas do mercado financeiro, prevê uma alta de 3% para o PIB neste ano. Para 2025, a projeção é menos otimista que a do ministro da Fazenda, ganho de 1,90%. Além de um PIB mais alto, Haddad também demonstrou otimismo com a inflação. Para o ministro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será mais baixo este ano em relação a 2023 e "não há nenhuma razão para imaginar que a inflação do ano que vem não será mais baixa do que a de 2024". "Obviamente, muita coisa inspira cuidado. A questão climática, sobretudo, é um desafio. Alimento e energia são duas variáveis fundamentais que podem ser afetadas pela mudança climática", ponderou. Na semana passada, o ministro já havia afirmado que desastres ambientais terão que entrar no Orçamento federal "em algum momento", após ser questionado sobre os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e da forte seca que atinge o país. Nota de crédito do Brasil Haddad afirmou nesta quarta que há um sentimento de otimismo com a economia brasileira, "sobretudo no mundo", e destacou que as agências de classificação de risco estão revisando a nota de crédito do país. "Já tivemos as três agências de risco [S&P, Moody's e Fitch] revisando a nossa nota de crédito. E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vá continuar acontecendo no próximo ano", projetou. A declaração vem após o ministro da Fazenda e o presidente Lula viajarem a Nova York e realizarem, na última segunda-feira (23), reuniões com representantes das principais agências de classificação de risco do mundo. Ao fim da reunião, Haddad avaliou que "o prognóstico é bom" — e que, segundo as projeções do governo, a nota de crédito do Brasil deve voltar a melhorar nos próximos anos. Uma das funções dessas agências é analisar os riscos de se investir em cada país, e dizer quais economias ao redor do mundo têm o chamado "grau de investimento" — ou seja, são apostas mais seguras para os investidores e têm baixo risco de calote. O Brasil já teve "grau de investimento" no início dos anos 2010, mas perdeu esse selo após a crise e a recessão econômica a partir de 2015. O governo tenta, agora, recuperar esse posto. Atualmente, a Moody's mantém a nota de crédito do Brasil em nível Ba2, com perspectiva "positiva" — sinalizando uma possível elevação da nota no futuro. Com o "rating" em Ba2, o país está no chamado "grau especulativo", o que indica um risco maior para investimentos estrangeiros. Já a Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) classificam o Brasil com a nota de crédito BB, com perspectiva "estável", o que também coloca o país em um grau especulativo, a dois passos do grau de investimento.
Ministro da Fazenda foi palestrante na 3ª edição do J. Safra Brazil Conference 2024, evento realizado em São Paulo. Fernando Haddad ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (25) que a economia brasileira deve sustentar um crescimento acima de 2,5% durante os quatro anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro participou da J. Safra Brazil Conference 2024, evento realizado em São Paulo. "Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial. Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de 2,5% nos quatro anos do mandato [do presidente Lula]", afirmou o ministro. Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 2,9%, beneficiado por uma supersafra de grãos, que levou a agropecuária a uma alta recorde. O mais recente boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne as estimativas de economistas do mercado financeiro, prevê uma alta de 3% para o PIB neste ano. Para 2025, a projeção é menos otimista que a do ministro da Fazenda, ganho de 1,90%. Além de um PIB mais alto, Haddad também demonstrou otimismo com a inflação. Para o ministro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será mais baixo este ano em relação a 2023 e "não há nenhuma razão para imaginar que a inflação do ano que vem não será mais baixa do que a de 2024". "Obviamente, muita coisa inspira cuidado. A questão climática, sobretudo, é um desafio. Alimento e energia são duas variáveis fundamentais que podem ser afetadas pela mudança climática", ponderou. Na semana passada, o ministro já havia afirmado que desastres ambientais terão que entrar no Orçamento federal "em algum momento", após ser questionado sobre os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e da forte seca que atinge o país. Nota de crédito do Brasil Haddad afirmou nesta quarta que há um sentimento de otimismo com a economia brasileira, "sobretudo no mundo", e destacou que as agências de classificação de risco estão revisando a nota de crédito do país. "Já tivemos as três agências de risco [S&P, Moody's e Fitch] revisando a nossa nota de crédito. E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vá continuar acontecendo no próximo ano", projetou. A declaração vem após o ministro da Fazenda e o presidente Lula viajarem a Nova York e realizarem, na última segunda-feira (23), reuniões com representantes das principais agências de classificação de risco do mundo. Ao fim da reunião, Haddad avaliou que "o prognóstico é bom" — e que, segundo as projeções do governo, a nota de crédito do Brasil deve voltar a melhorar nos próximos anos. Uma das funções dessas agências é analisar os riscos de se investir em cada país, e dizer quais economias ao redor do mundo têm o chamado "grau de investimento" — ou seja, são apostas mais seguras para os investidores e têm baixo risco de calote. O Brasil já teve "grau de investimento" no início dos anos 2010, mas perdeu esse selo após a crise e a recessão econômica a partir de 2015. O governo tenta, agora, recuperar esse posto. Atualmente, a Moody's mantém a nota de crédito do Brasil em nível Ba2, com perspectiva "positiva" — sinalizando uma possível elevação da nota no futuro. Com o "rating" em Ba2, o país está no chamado "grau especulativo", o que indica um risco maior para investimentos estrangeiros. Já a Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) classificam o Brasil com a nota de crédito BB, com perspectiva "estável", o que também coloca o país em um grau especulativo, a dois passos do grau de investimento.